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Hwyl me leva para o Japão mas não pense na serenidade japonesa. Me considero onívoro no olfato, meu conceito de cheiro forte fica de lado em nome da curiosidade, que me sustenta em 90% das borrifadas exploratórias. Hwyl foi dos poucos que assustei com a potência. Precisei de uns dois anos de testes eventuais para usar com prazer, justamente no calor deste inverno, no mundo invertido em que vivemos. Recomendo que você não demore tanto, nem que seja só para saber que existe. Hwyl não é para os fracos de espírito.
Ele me leva para o Japão por um caminho de ciprestes e incenso, que aqui é o olíbano, que nos é familiar da igreja católica. Um ecoa o cheiro dos pinheiros do outro, amplificando uma impressão gelada. Está lá também o enfumaçado do olíbano, para ninguém esquecer que incenso é algo que se queima — sabe-se lá em que ritual e de que tempo ele vem neste bosque de ciprestes. É uma impressão que o vetiver aumenta, na sua faceta defumada. O incenso vem com força total por uma boa hora, foi ele o motivo do meu susto, e só sossega depois.
Hwyl é cheio de impacto e sinto que segura todo clima, com o lado seco, mineral trazendo algo para a gente se escorar na umidade tropical. Às vezes penso que a Aesop divide o jeito de fazer perfumes da Lush. Fragrâncias potentes na idéia e na performance, que ressaltam a força das matérias primas, que podem registrar brutamontes num universo de criatividade sem sangue.
É linda a complexidade de Hwyl para quem atravessa o espanto inicial. O verde e vegetal do cipreste, um perfume sozinho, o etéreo, mineral e áspero do olíbano, com essa camada enfumaçada do começo ao fim. A impressão vai do milenar ao mais mudando, e de vez em quando o foco oscila e imagino um fumante no mesmo bosque de ciprestes — sem julgamento, tudo é delícia na fantasia.
ja quero esse Hwyl...