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Lavanda em chamas e outras inspirações
Conheci a Leonora (pessoa) junto com a Leonora (marca), em 2013. Foi quando ela lançou seu primeiro perfume, a lavanda que leva o nome de Eau de Leonora. Acompanhei de perto o desenrolar nos primeiros anos: os perfumes seguintes foram homenagens à família, seguindo um estilo de perfumes leves e tônicos — ela mora em Goiânia e fico pensando o quanto o calor da cidade participa da criatividade.
A vida seguiu com seus atropelos, a marca deixou de ter o nome da criadora para se chamar Eaux Parfums, deixei de acompanhar cada lançamento. Mês passado fui ver as novidades no site e me deparei com uma série de perfumes que não conhecia, e só pelos nomes e inspirações quis conhecer muita coisa. E quantas surpresas maravilhosas. Lindo ver como um universo criativo vai se transformando em inspirações e como elas se materializam em perfumes.
Testei 17 fragrâncias da marca, entre as de corpo e de casa, e estas são as que não saem da minha cabeça. O site da marca fica neste link.
Feu de Lavande. Que ideia mais inspirada, daquelas tão boas que se tornam óbvias — como ninguém pensou nisso antes? Um jogo de contrastes, de quente e frio, em que de um lado está a lavanda, com seu canforado e gelado, e de outro está um efeito lareira, madeira queimada. As duas pontas se emendam no doçura da lavanda com o adocicado da madeira. É lindo, intrigante, sexy, não parece com nada que eu conheça. E pesa leve, como é a cara da marca.
Fly me to the Moon. Jamais escondi que meu animal de poder é um perfume de velho rico. Vou parar nos couros, nas madeiras, e vira e mexe, num aromático clássico, que é o caminho de Fly me to the Moon. É um filho do Polo verde, o arrasa quarteirão dos anos 1980, sem o engessamento de cabeça, de visão de mundo e de quadril que o berço poderia trazer. Às vezes os aromáticos ficam pontudos e invasivos, não é o caso aqui. O foco são as ervas aromáticas, mais centradas no frescor que no amargor, com uma redondez gostosa e bem vinda, com um acorde floral escondido ali no meio. A sensação toda é verde, fresca e luminosa, com calor solar e uma cara atual. Uma delícia completa.
L'Herbe Chic. É um perfume para casa mas é tanto bom humor que me faz sorrir, aí foi promovido para uso no corpo — borrifo nas roupas para evitar contato com a pele. É uma leitura perfumística do cheiro de maconha fresca, da folhinha no pé. A base de tudo é um acorde maçã verde, úmido e crocante, que carrega o verdor vegetal da planta. Vem por cima o lado terroso/resinoso tão característico. Mês passado visitei um amigo que planta, ele cuidava do jardim pela manhã e o cheiro na roupa era este. Entrou na minha categoria de frescor interessante e de bom humor.
Sapin de Noel. Este é o único spray de perfume para casa já que usei até acabar na vida. É um retrato do cipreste, com foco no verde resinoso das folhas. Tem lá um tanto do canforado, o verde escuro, vegetal e úmido de quando a gente amassa as agulhas, e até aquele efeito colante da resina, meio caramelado, que conseguimos sentir na planta. Um jeito de trazer a natureza para casa.
Escreve mais?
Me senti dentro da nuvem de gotículas de cada perfume descrito. Aff, que delícia!